BOXE EM BARÃO GERALDO

BOXE EM BARÃO GERALDO
Lute e persiga seus sonhos com o Coração

terça-feira, 1 de março de 2011

BOXE EM BARÃO GERALDO

BOXE

SEGUNDA, QUARTA E SEXTA

DAS 18 ÀS 19:15
E
DAS 19:30 ÀS 20:45

TERÇA E QUINTA

DAS 17:00 ÀS 18:15
DAS 18:00 ÀS 19:15

SÁBADO
DAS 11:00 ÀS 12:15

PREÇO

MATRÍCULA R$ 10,00.

BOXE (PREÇO ÚNICO) - R$ 60,00 - ATÉ 3 X POR SEMANA

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Fone: (19) 92118874 E-mail: soltermann.lucas@gmail.com

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BOXE FEMININO EM ALTA!!!

Ao contrário do que muitos pensam, o boxe também é uma modalidade feminina!

A próxima Olimpíada (Londres 2012), será uma grande conquista na história do boxe, do esporte e das mulheres! Pela primeira vez na história as mulheres terão seu lugar e categorias femininas em uma Olimpíada representando o Boxe Olímpico!

Parabéns a todos nós, desde praticantes, boxeadores, multiplicadores e amantes desta arte!!!

Virada Esportiva - I Copa Centro Olímpico de Boxe

Este evento ocorreu em 20 de Novembro 2010. Lucas Soltermann, professor e atleta Corpo e Alma, lutou representando sua oriunda Escola de Boxe MM Boxe - Rio Claro. Uma luta parelha porém a vitória ficou com o atleta do argentino Juan Díaz (ex-pugilista profissional, que enfrentou Maguila duas vezes), com resultado contestado por muitos.

Para assistir a luta copie e cole o endereço abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=ASoq8RRE2Wo

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nascimento Corpo e Alma

Dentro de uma universidade no curso de Educação Física poderia brotar a idéia do espaço Corpo e Alma. Porém a idéia e a essência do espaço Corpo e Alma germinou fora da universidade, na periferia de uma cidade do interior de São Paulo chamada Rio Claro, dentro da Escola de boxe - MM Boxe, em uma associação de moradores de um bairro em situação de vulnerabilidade social e também dentro de um ringue.

Muito Obrigado família MM Boxe!!!

Soltermann, L. Uma breve história do boxe como esporte moderno. 2009


Freqüentemente determinadas práticas corporais modernas são associadas a outras formas de manifestações corporais de outras épocas, culturas e civilizações distintas. Observando-se apenas aparentes semelhanças quanto aos gestos, avalia-se erroneamente dizendo-se apriori que são a mesma coisa.
Dentro de uma concepção generalizante e continuista, relaciona-se equivocadamente a origem de determinadas práticas corporais modernas  com manifestações corporais pré-modernas, colocando estas em uma genealogia de longa duração como ancestrais mais ou menos diretos de esportes modernos. Deste modo, perde-se o foco distintivo do contexto da rede de relações na qual estão inseridas. Tal é o caso do pugilismo que aqui será abordado.
            Neste sentido cabe aos pesquisadores e multiplicadores estarem atentos às diferentes configurações assumidas por determinada prática corporal de modo a circunscrever com maior singularidade e fidelidade a mesma, a partir de uma visão contextualizada do ponto de vista histórico com sensibilidade para as transformações dos fatos sociais.
            O que distingue as práticas de lutas antigas como o pancrácio e o pugilato é o fato que estas tinham um caráter tanto de preparação para a guerra (militar) quanto para os concursos dos jogos olímpicos antigos vinculados ao campo dos rituais religiosos, não existindo distinção entre classes de lutadores, confronto de indivíduos segundo o seu peso e limites de tempo (ELIAS, N.; DUNNING, E. A Busca da Excitação 1992, p.203).
            Por sua vez, o desenvolvimento do boxe assim como muitos outros tipos de esportes modernos, hoje praticados em todo o mundo, acontece no processo de emergência da sociedade moderna com significativa expansão em seu período industrial, tornando-se de forma gradual e lenta uma prática regulamentada e padronizada, em um período histórico cujas condições e os fatos sociais merecem considerações exclusivas, pois se caracterizam por uma autonomização e especialização crescentes da esfera esportiva com relação às demais esferas mencionadas acima. Bem como pela busca de igualdade formal entre os competidores.
            Segundo Campos (2004), no contexto de engendramento da sociedade moderna:
 [...] Transcorreu o que Norbert Elias definiu como processo de esportivização, com regras mais rígidas que visavam a estabelecer certa igualdade de oportunidades aos concorrentes e maior controle sobre o limite da violência e o uso da força física.
A própria expressão Sport (inicialmente termo exclusivo inglês) que corresponde em geral a um tipo específico de passatempo, lazer ou diversão, se propagou pela Europa a partir da Inglaterra. Esta propagação se deu de forma gradual, lenta e com resistência de alguns países como Alemanha e França, uma vez que esses países lamentavam a importação de práticas estrangeiras, mas principalmente de termos “que, obviamente, corrompem a nossa língua, mas não temos barreiras de costumes que proíbam a sua passagem na fronteira” (Larousse Du XIXième Siècle).  Em A Busca da Excitação Elias faz menção a uma observação de um comentador alemão em 1936: 
Como bem sabemos, a Inglaterra foi o berço e a “mãe” devota do desporto... Parece que os termos que se referem a este campo se tornaram propriedades comuns de todas as nações, da mesma maneira que os termos técnicos italianos no campo da música. É raro, provavelmente, que uma peça de cultura tenha migrado com tão poucas mudanças de um país para outro. (ELIAS, N.; DUNNING, E. A Busca da Excitação. 1992, p. 188)
A respeito de uma prática corporal - tão peculiar como o boxe - adquirir uma dimensão mundial, pode-se interrogar se é um passatempo que evidentemente satisfaz necessidades específicas de lazer que se fazem sentir em vários países no período do processo de industrialização na Europa ocidental.
Num primeiro momento, pode parecer que esta justificativa não diferencia o esporte moderno do pré-moderno, já que as sociedades contemporâneas não são as primeiras nem as únicas a sentirem necessidades específicas de prazer em práticas esportivas. Porém, freqüentemente o próprio termo esporte é utilizado de maneira generalizante assim como as razões de suas condutas são explicadas por disposições psicológicas universais, de forma a conceber equivocadamente uma continuidade nas manifestações de jogos de inúmeros gêneros desde a Grécia antiga até os jogos que se desenvolveram na Inglaterra durante os séculos XVIII e XIX.  Não obstante, Norbert Elias faz a seguinte analogia da utilização do termo “desporto” (esporte) e o termo indústria mostrando-se muito sensível às devidas distinções a serem feitas no emprego dos termos:
[...]. O termo “desporto” é utilizado no presente de uma maneira bastante vaga, de forma a abranger confrontos de jogos de numerosos gêneros. Como o termo “indústria”, é utilizado tanto num sentido lato como num sentido restrito. No sentido lato refere-se, também como o termo indústria”, tanto a atividades específicas de sociedades tribais pré-Estado e de sociedades-Estado pré-industriais, como às atividades correspondentes dos Estados-nações industriais. Se, no presente utilizarmos o termo “indústria” neste sentido lato, estamos bem conscientes do seu sentido restrito e mais preciso, ou seja, do fato de o “processo de industrialização” dos séculos XIX e XX ser algo muito recente e de os tipos específicos de produção e de trabalho que se desenvolveram, em fase hodierna, sob o termo “indústria”, possuírem certas estruturas únicas que podem ser determinadas sociologicamente com razoável precisão, sendo nitidamente distintas das estruturas de outros tipos de produção. (Elias & Dunning, 1992, p.191-92)
Segundo Martins & Altmann (2007) a expressão “esporte moderno” foi utilizada pela primeira vez por Norbert Elias e Eric Dunning para demarcar a diferença com o esporte antigo e tradicional. A maioria dos esportes que conhecemos e praticamos hoje são considerados esportes modernos. Os esportes modernos possuem as seguintes características: diminuição do grau de violência, codificação de regras e das práticas, igualdade formal entre os jogadores, espaços e tempos próprios, desvinculando-se de rituais religiosos (secularização). Segundo Elias e Dunning (1992, p. 230):
o esporte é uma atividade de grupo organizada, centrada no confronto de pelo menos duas partes. Exige um certo tipo de esforço físico. Realiza-se de acordo com regras conhecidas, que definem os limites da violência que são autorizados, incluindo aquelas que definem se a força física pode ser totalmente aplicada. As regras determinam a configuração inicial dos jogadores e dos seus padrões dinâmicos de acordo com o desenrolar da prova.
Dessa forma, no caso do boxe, também há o surgimento da organização em grande escala, administrando, controlando e regularizando a prática do pugilismo. Essas características definitivamente podem ser observadas visto que foram criadas além das regras escritas, Federações ao redor do mundo para organizar competições, inserindo-se no quadro de modalidade dos Jogos Olímpicos Modernos, o que reforça a idéia de esportivização que elas sofreram.
Considerando a teoria do processo civilizador de Norbert Elias aplicada ao fenômeno esportivo como norteadora deste trabalho. Bem como, tendo em vista que segundo Gebara (2000, p. 35) esta é um projeto ainda em elaboração e é um processo necessariamente não planejado e imprevisível, em especial no que diz respeito às alterações de longo prazo que tem ocorrido nas figurações humanas. Portanto, para o caso aqui a ser investigado, trata-se sobretudo de destacar nesta abordagem o processo de “esportivização” do boxe, o qual ainda se encontra em curso.